domingo, 19 de dezembro de 2010

Novos neurônios são gerados até na idade adulta

Ciência Hoje

Sempre acreditamos que os neurônios, diferentemente das demais células do nosso corpo, não eram gerados na vida adulta, nem tinham a capacidade de se multiplicar ou se regenerar nesse período.

Estudos recentes, no entanto, constataram que novos neurônios são produzidos todos os dias, em áreas específicas do cérebro, em diversas espécies animais, inclusive em humanos.

Atualmente a neurogênese foi comprovada em duas estruturas do cérebro de pássaros, roedores, primatas e humanos: o bulbo olfatório - relacionado à percepção de odores - e o giro denteado do hipocampo - relacionado à formação de novas memórias e à regulação do comportamento emocional e da cognição.

OS ESTÍMULOS E OS INIBIDORES -

A geração de novos neurônios pode ser regulada por fatores ambientais, comportamentais e fisiológicos.

Substâncias que agem no sistema nervoso, exercícios físicos, exposição a novos ambientes e atividades que envolvam aprendizado e memória estimulam a neurogênese.

Ao contrário, estímulos estressantes (físicos ou psicológicos), processos inflamatórios, distúrbios do sono, consumo de drogas ou álcool e envelhecimento são os principais fatores que inibem o surgimento de novas células neurais.

Entre as substâncias que têm a propriedade de estimular a neurogênese no hipocampo estão a serotonina, considerada o principal dos mensageiros (neurotransmissores) que atuam no sistema nervoso, relacionada principalmente no controle do humor; e as neurotrofinas, proteínas da família dos hormônios de crescimento, responsáveis pela nutrição dos neurônios, garantindo sua sobrevivência.

A prática regular de exercícios físicos estimula a geração de novos neurônios, assim como manter a mente ocupada com tarefas que exigem memorização e aprendizado.

Ratos que se exercitavam diariamente na roda de corrida, ou que foram submetidos a modelos de treinamento de memória e aprendizado (como labirintos, por exemplo) apresentaram significante aumento da neurogênese quando comparados a animais do grupo-controle, que não vivenciaram esses modelos.

Além dos estresses físicos, psicológicos, processos inflamatórios e distúrbios de sono, o envelhecimento se configura como um dos mais potentes fatores de inibição da neurogênese.

Ratos de laboratório saudáveis, com expectativa de vida de dois anos, apresentam redução de cerca de 80% na formação de novos neurônios entre o sétimo e o décimo-segundo meses de idade.


Função dos novos neurônios

Muitos problemas cognitivos e comportamentais observados em indivíduos submetidos a estresse crônico ou a distúrbios do sono, em idosos e em usuários de drogas ou álcool podem estar em parte relacionados com a diminuição na geração de novos neurônios no hipocampo.

Exames de ressonância magnética reforçam essa teoria ao evidenciar que pacientes com depressão apresentam atrofia no hipocampo, quando comparados a pacientes saudáveis.

Por outro lado, o aumento da neurogênese poderia ser um componente essencial para a melhora de quadros de depressão e ansiedade.

Estudos em camundongos demonstraram que o aumento da formação de neurônios no hipocampo é fundamental para a observação dos efeitos clínicos do tratamento com antidepressivos.


Perspectivas da neurogênese

Considerando todos os problemas cognitivos e comportamentais possivelmente causados pela inibição da geração de novos neurônios no cérebro adulto, o principal desafio é encontrar meios para restaurar esse processo no hipocampo ou até aumentar as taxas básicas de formação neuronal.

Com os avanços da biologia molecular, talvez em um futuro não muito distante seja possível mapear e controlar toda a cascata de eventos responsável pela neurogênese em outras áreas encefálicas, além do hipocampo e do bulbo olfatório.

A indução da neurogênese em outras áreas do sistema nervoso central pode ser uma importante ferramenta para a recuperação de pacientes com doenças neurodegenerativas, como as de Parkinson ou de Alzheimer, ou que sofreram danos neurológicos decorrentes de derrames ou traumas cerebrais.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Projeção do mercado para crescimento da economia em 2010 sobe para 7,61%

Na comparação com o mesmo período do ano passado, a expansão do terceiro trimestre foi de 6,7%


A projeção de analistas do mercado financeiro para o crescimento da economia este ano aumentou de 7,54% para 7,61%. A estimativa para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, consta do boletim Focus, divulgado às segundas-feiras pelo Banco Central (BC).
Na última quinta, dia 9, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o PIB cresceu 0,5% no terceiro trimestre deste ano, em relação ao trimestre anterior. No segundo trimestre, o crescimento havia sido de 1,8%. Na comparação com o mesmo período do ano passado, a expansão do terceiro trimestre foi de 6,7%. O PIB acumulado do ano teve um crescimento de 8,4% em relação ao dos três primeiros trimestres de 2009. No acumulado dos 12 meses, a economia cresceu 7,5%.
Para 2011, a projeção dos analistas para a expansão do PIB permanece em 4,5%, há 53 semanas.
Além da estimativa para o PIB, consta da pesquisa feita pelo BC a expectativa para a expansão da produção industrial, que passou de 10,70% para 10,67%, este ano, e de 5,30% para 5,35%, em 2011.
A projeção para a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB foi ajustada de 40,50% para 40,60%, em 2010, e de 39,50% para 39,55%, em 2011.
A expectativa para a cotação do dólar passou de R$ 1,71 para R$ 1,70, ao final deste ano, e permaneceu em US$ 1,75, ao fim de 2011.
A previsão para o superávit comercial (saldo positivo de exportações menos importações) passou de US$ 16,24 bilhões para US$ 16,1 bilhões, este ano, e permaneceu em US$ 8 bilhões, em 2011.
Para o déficit em transações correntes (registro das transações de compra e venda de mercadorias e serviços do Brasil com o exterior) este ano, a estimativa foi mantida em US$ 50 bilhões. Para 2011, a projeção de déficit passou de US$ 68,8 bilhões para US$ 69,05 bilhões.
A expectativa para o investimento estrangeiro direto (recursos que vão para o setor produtivo do país) permaneceu em US$ 30 bilhões, este ano. Para 2011, a projeção foi ajustada de US$ 37,5 bilhões para US$ 38 bilhões.

AGÊNCIA BRASIL

domingo, 5 de dezembro de 2010

Você quer voltar para a lama tucana? (Do Blog do Argemiro Ferreira)

http://argemiroferreira.wordpress.com/http://argemiroferreira.wordpress.com/



Você quer voltar para a lama tucana?

O blog Seja Dita a Verdade (conheça-o AQUI) teve a boa idéia de recordar o tempo dos tucanos – FHC e seus amigos José Serra, Ricardo Sérgio, Eduardo Jorge, Sérgio (Serjão) Motta,  irmãos Mendonça de Barros e tanta gente mais – através das capas de Veja, a mais tucana das revistas. A sessão nostalgia valeu o esforço, até porque o candidato Serra, no atual papel de vítima inocente de adversários malvados que o atacam na rua com bolinhas de papel, refugia-se nos santinhos para apagar o passado.
Desde o início da campanha o atual candidato do PSDB, cujo sonho de consumo na fase pre-eleitoral era formar chapa com José Roberto Arruda (“vote num careca e leve dois”, lembram-se?), jura a todo momento que é “ficha limpa” e “ético”, sem mácula na carreira política, e que no seu partido não há “ficha suja”. Chegou mesmo a rotular de “blogs sujos” aqueles que ousam expor suas práticas habituais, passadas e presentes. Mas não é essa a história que as capas de Veja contam.
A particularidade sobre aquele amontoado de escândalos é que os tucanos perceberam, desde o primeiro momento, que para garantir a impunidade bastava impedir as investigações do Ministério Público (inventaram a figura do Engavetador-Geral da República), da Polícia Federal (só no governo Lula ela foi adequadamente equipada para levar avante as investigações de corrupção), do Congresso (impedido com compra de votos de formar CPIs) e da mídia (silenciada, em seguida às denúncias, pela propaganda oficial, compra de assinaturas e outras benesses).
Isso permite que tucanos circulem por aí hoje jurando que foram difamados e caluniados. Como observou o Seja Dita a Verdade e confirmam as capas da revista que hoje serve aos próprios tucanos mediante recompensa em anúncios e assinaturas milionários, de 1995 a 2002 os casos de corrupção, dossiês, caixa dois, propinas e maracutaias em geral enriqueciam capas de revistas e primeiras páginas de jornal, ainda que depois as denúncias desaparecessem subitamente.
Naquele tempo, distante do país e com a atenção desviada para outros escândalos (os casos de sexo e demais trapalhadas do presidente Bill Clinton, alvo permanente da fúria republicana), sobrava-me pouco tempo para acompanhar nossa mídia de forma sistemática. Mas ela própria tinha o cuidado, em tempo de eleição presidencial, de somar-se aos então donos do poder, num esforço conjunto para impedir que o inimigo comum, Lula, ganhasse e mudasse as regras do jogo. Pelo menos até 2002.
Aí vão, em ordem cronológica, algumas das mais sugestivas capas de Veja.
Primeiro mandato FHC – 1995-1998
17-02-1995
29-11-1995
21-05-1997
05-11-1997
19-11-1997
06-05-1998
06-05-1998
18-11-1998
25-11-1998

Segundo mandato FHC – 1999-2002
21-01-1999
10-03-1999


21-04-1999
28-04-1999
05-05-1999
06-06-1999
09-02-2000
05-04-2000
19-07-2000
09-08-2000
11-04-2001
02-05-2001
16-05-2001
06-06-2001
09-05-2002
29-05-2002

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